Agosto lilás: o impacto das drogas na violência contra mulher, indo além da agressão física
CRP 11 - 07100
A violência contra a mulher precisa ser combatida. Por isso, no Agosto Lilás estamos trazendo informações valiosas sobre o assunto. E hoje, você vai aprender sobre o impacto das drogas na violência e que o que se caracteriza como agressão vai muito além do que imagina.
Tipos de violência contra mulher
Ao tratarmos da violência contra a mulher, comumente ligamos apenas a agressão física. No entanto, vai muito além dela.
Para essa definição, vamos utilizar os termos da Lei Maria da Penha, mas antes vamos falar um pouco mais sobre dela.
A Lei Maria da Penha é uma Lei Federal, que entrou em vigor em 2006, como uma forma de diminuir a violência contra a mulher, listando e trazendo punições para o agressor. Segundo a ONU- Organização das Nações Unidas, a lei é uma das três melhores do mundo, no que respeito ao enfrentamento da violência contra a mulher.
Sobre os resultados da implementação dela, em 2015, o Ipea- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, trouxe a informação de que ela contribuiu para a redução média de 10% sobre a taxa de homicídios femininos cometidos no ambiente domiciliar (feminicídio).
Tipos de violência contra a mulher, segundo a Lei Maria da Penha
A violência contra a mulher é qualquer ação que cause sofrimento psicológico, físico, social, sexual ou a morte, de forma privada ou pública, em qualquer lugar, desde que causada por agressor de sua convivência ou afeto.
As 5 categorias classificadas pela lei são:
Violência física
Qualquer ação que machuque a saúde ou integridade corporal da mulher.
Alguns exemplos são:
- Espancar;
- Lançar objetos, apertar e sacudir os braços;
- Sufocar ou estrangular;
- Lesionar com objetos perfurantes ou cortantes;
- Causar ferimentos com armas de fogo ou por queimaduras;
- Torturar.
Violência psicológica:
Qualquer ação que cause dano emocional, que perturbe ou lese o desenvolvimento da mulher, ou problemas de autoestima. Além disso, entram ações que possam degradar ou controlar decisões, crenças e comportamentos.
Alguns exemplos são:
- Constranger;
- Humilhar;
- Manipular;
- Isolar de amigos e parentes, como proibir de falar, estudar ou viajar;
- Perseguição insistente;
- Vigilância constante;
- Fazer chantagem;
- Insultar ou explorar;
- Limitar o direito da mulher de ir e vir;
- Ridicularizar;
- Gaslighting (abuso psicológico no qual distorce informações ou omite para deixar a mulher em dúvida sobre sua percepção, memória e sanidade).
Violência sexual
Qualquer ação que constranja a mulher a participar, manter ou presenciar relação sexual sem sua vontade, através de ameaça, intimidação, coação ou uso de força.
Alguns exemplos são:
- Impedir que a mulher faça uso de métodos contraceptivos ou forçar aborto;
- Coagir, chantagear, subornar ou manipular a mulher para que engravide, case ou se prostitua;
- Anular ou limitar o direito da mulher, no que diz respeito aos direitos reprodutivos ou sexuais;
- Obrigar a mulher a realizar atos sexuais que gerem repulsa ou desconforto;
- Estuprar.
Violência patrimonial
Qualquer ação que subtraia, retenha ou destrua objetos, documentos, bens e materiais de trabalho, direitos, valores e recursos econômicos.
Alguns exemplos são:
- Deixar de pagar pensão alimentícia;
- Cometer estelionato;
- Dano, furto ou extorsão;
- Privá-la de valores, recursos e bens;
- Quebrar, avariar ou dar fim propositalmente a objetos da mulher, ou de pessoas próximas.
Violência moral
Qualquer ação de difamação, injuria e calúnia.
Alguns exemplos são:
- Acusá-la de traição;
- Expor sua vida íntima;
- Criticar com mentiras;
- Xingar sua índole;
- Diminuir seu valor por suas vestimentas;
- Julgar moralmente a conduta da mulher.
Como pudemos ver, a lei leva em consideração diversas ações contra a mulher, inclusive aquelas implantadas na cultura de nossa sociedade patriarcal, que silencia, promove e banaliza a violência.
Lembre-se que denúncias podem ser feitas pelo número 180.
Dependência química como fator
A violência contra a mulher pode ser desencadeada por inúmeros fatores e a dependência química por parte do agressor é um deles.
Isso acontece porque o consumo abusivo de substâncias químicas pode interferir na estrutura da família, dinâmica do relacionamento do casal e ainda expor os envolvidos a riscos.
Quando esses fatores ocorrem, trazem sentimentos de perda, decepção, magoa, abandono e fracasso, repercutindo em consequências na saúde mental e física da mulher, o que pode limitar sua autoestima, qualidade de vida e sua capacidade produtiva.
Além disso, as substâncias químicas têm o poder de mudar características físicas e mentais do companheiro, deixando mais agitado, violento e tirando a capacidade de analisar e comedir seus atos, tirando os limites de agressividade, que teria em situações normais, assim desencadeando agressões físicas, verbais e todos os tipos de violência que explicamos no item acima.
O álcool ainda é a droga mais relacionada com a violência contra a mulher, principalmente pela facilidade de consumo, livre comercio e incentivos externos. No entanto, as outras drogas podem ter o mesmo resultado ou pior, dependendo apenas dos efeitos causados no dependente.
Se você é mulher e se sente ameaçada, busque ajuda. Se conhece alguém que passa por isso, também pode ajudar.
Se quer recuperar um dependente e deseja que ele volte a ser o que era, fale com a gente.
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