Bullying e uso de drogas: entenda essa relação e saiba quando ter cuidado com seu filho
CRP 11 - 07100
Muitas crianças e adolescentes sofrem com a prática, mas para tornar a vida dos pais mais difícil ainda o bullying e uso de drogas possuem uma relação. Aqui, você confere o que é, qual é essa relação, sinais de que seu filho sofre bullying e como agir.
O que é bullying?
O termo, embora tenha se difundido no mundo todo nos últimos anos, ainda não é tão conhecido e usado no Brasil, apesar de ter sempre acontecido, não possuía um termo para descrever.
O bullying é um conjunto de agressões contínuas, com traços de perseguição e que acontecem repetitivamente. As agressões praticadas podem ser verbais, físicas e psicológicas, na maioria das vezes, com a intenção de humilhar o indivíduo.
As práticas constrangem a pessoa expondo ao ridículo, quando chamadas por apelidos que a envergonham, pelas características físicas, sexualidade, hábitos e a maneira de ser, principalmente, na frente de outras pessoas, que podem ser do mesmo grupo do agressor, que mesmo não agindo contribuem para a continuidade da prática.
Bullying e a depressão
Antes de tudo, nunca pense que esse tipo de prática ajuda em alguma coisa, como a criança ter maturidade ou normalize achando que todo mundo passou e vai passar por isso.
Um dos maiores perigos para crianças que passam por bullying é a depressão. Diversos estudos realizados já chegaram a essa conclusão.
Um estudo feito a longo prazo, realizado pela Universidade de Oxford e publicada no The British Medical Journal já em 2015, chegou a conclusão depois de analisarem 3.898 jovens. O estudo analisou os adolescentes aos 13 anos com perguntas sobre bullying e quando fizeram 18 anos responderam perguntas sobre depressão. A conclusão foi de que dos 638 que sofriam bullying quando criança 14,8% eram depressivos aos 18.
Além de bullying prévio, os pesquisadores levaram em consideração fatores mentais, comportamentais, histórico familiar, e eventos estressantes e mesmo assim a relação entre depressão e bullying teve forte resultados.
Ao final, foi concluído que de 30% de casos de depressão tem ligação com casos de bullying na adolescência.
Veja também a relação entre depressão, ansiedade e o uso de drogas.
Por que se preocupar com bullying?
Sofrer bullying pode ter consequências drásticas e irreversíveis. Quando uma criança ou adolescente sofre bullying, um dos primeiros sinais é o isolamento social, pois acaba sentindo como se não fizesse parte de um grupo. Depois disso, pode acontecer a queda do rendimento na escola, baixa autoestima, síndrome do pânico, ansiedade, depressão e demais distúrbios psíquicos que podem levar a dependência química.
O bullying nunca será positivo. O melhor que pode acontecer com um adolescente que passa por isso é ele passar por tudo de uma forma melhor, mas de algum jeito isso vai afetar suas relações pessoais, a forma como se sente sobre si, como ele se vê no mundo, ou a forma de se socializar de maneira geral.
Bullying e uso de drogas: qual a relação?
A compulsão, que é um transtorno obsessivo compulsivo, que causa medos e pensamentos irracionais e que levam a pessoa a ter uma imposição interna irresistível de realizar atos ou se comportar de determinada maneira, são ligadas a traumas. Esses traumas são absorvidos pelo subconsciente e causam a compulsão, que prejudica a saúde física e mental.No entanto, também levam a dependência química, assim como os fatores psíquicos, como ansiedade e depressão.
Na adolescência, existem praticamente dois motivos principais para experimentar alguma substância:
1- Para fazer parte de um grupo e se sentirem incluídos ou
2- Fugirem de uma situação e se anestesiarem de agressões, incômodos, perseguições e abusos que sofreram
Além disso, às duas razões podem acontecer em conjunto, pois uma não exclui a outra.
Quando adolescentes que vivem isso se tornam adultos, os comportamentos excessivos são intensificados e passam a ser dependência. Isso não quer dizer que todas as pessoas que passarem por isso podem se tornar dependentes, mas que possuem mais hipóteses de terem esse destino.
Como identificar se seu filho sofre bullying?
A criança ou adolescente dá alguns sinais, mas para perceber é necessário participar da vida do filho, conversar e buscar sempre observar certos comportamentos. Alguns sinais são:
- Não querem mais ir para a escola, podendo ficar até nervosos para faltarem;
- Mudanças comportamentais, como ficarem menos extrovertidos, se afastarem dos amigos e da família;
- Mudanças de humor, como tristeza, irritabilidade, se tornarem mais violentos e ter ataques de raiva;
- Chegam em casa sem ter lanchado, perdem materiais da escola e objetos pessoais, que podem estar sendo tirado pelos intimidadores;
- Pedem dinheiro para levar para escola, pois são chantageados;
- Falta de concentração e atenção, principalmente na escola, que resultam em queda do desempenho escolar e;
- Existem também sintomas psicossomáticos, como alteração do sono, dor de cabeça e tonturas, problemas digestivos e desconforto ao se levantar.
Como ajudá-lo depois de identificar
Para identificar observe os sinais e converse com o seu filho. Além disso, reforce que nada do que os agressores dizem é real.
Tente manter o controle emocional, pois é importante tentar resolver a situação sem desenvolver mais conflitos. Portanto, tente entender, descubra detalhes e ofereça apoio.
Procure orientadores e professores para descobrir qual a real situação, pois eles tendem a observar comportamentos nocivos e assim você consegue saber a situação de violência e buscar resolver de forma adequada.
Cobre ações efetivas da escola, afinal, seu filho sofre agressões dentro de um lugar que deveria ser seguro. É obrigação da escola trabalhar a compreensão de bullying e buscar medidas para mediar os conflitos.
Tratar da situação desde cedo é importante para que seu filho seja saudável física e mentalmente, para que no futuro não tenha problemas. Crianças saudáveis que tenham um bom convívio familiar e social estão mais propensas a crescerem sadias e felizes.
Nós já falamos sobre a relação entre suicídio com a dependência química, veja também.
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