Efeitos do álcool a longo prazo: quais problemas o consumo excessivo pode gerar no futuro

por Tauama de Moraes
CRP 11 - 07100

O álcool é uma das substâncias mais consumidas no mundo, presente em eventos sociais e celebrações. No entanto, o consumo excessivo e prolongado pode trazer sérios riscos à saúde. Você já se perguntou quais são os efeitos do álcool a longo prazo no seu corpo?

Neste post, vamos explorar como o consumo de álcool pode afetar diferentes partes do corpo, baseando-nos em dados e estudos que mostram como o uso contínuo e excessivo pode comprometer sua qualidade de vida.

Como o álcool afeta o corpo?

O álcool atua diretamente no sistema nervoso central, sendo rapidamente absorvido pela corrente sanguínea. Embora o corpo consiga metabolizar pequenas quantidades, o consumo excessivo sobrecarrega os órgãos, especialmente o fígado. Isso pode causar uma série de problemas a longo prazo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 3 milhões de mortes anuais estão associadas ao uso de álcool, o que representa cerca de 5,3% das mortes globais. E vai além disso, o uso nocivo de álcool é um fator causal pra mais de 200 doenças e lesões.

Mas como exatamente o consumo excessivo de álcool afeta seu corpo a longo prazo? Vamos detalhar os principais impactos.

Consequências a curto prazo

Embora este post se concentre nos efeitos a longo prazo, é importante mencionar que o consumo excessivo de álcool pode causar intoxicação aguda, resultando em:

  • Embriaguez: perda de coordenação motora e julgamento.
  • Náuseas e vômitos: o corpo tenta eliminar o excesso de álcool.
  • Coma alcoólico: estado crítico que pode ser fatal.

Esses efeitos imediatos podem ser alarmantes e devem servir como um alerta sobre os riscos associados ao consumo irresponsável.

Veja também: O que é dependência química? Veja aqui tudo que precisa saber sobre

Consequências a longo prazo

Os efeitos do álcool podem ser cumulativos e prejudiciais ao longo do tempo. Aqui estão algumas das principais consequências:

1. Problemas no fígado

O fígado é o órgão mais afetado pelo consumo de álcool. Ele trabalha para filtrar e metabolizar as substâncias tóxicas presentes no álcool. Com o tempo, o consumo excessivo pode levar a condições sérias, como:

  • Esteatose hepática (fígado gorduroso): acúmulo de gordura no fígado, o que dificulta seu funcionamento.
  • Hepatite alcoólica: inflamação do fígado que pode ser fatal se não tratada.
  • Cirrose hepática: cicatrizes permanentes no fígado, que comprometem de forma irreversível sua função.

Aliás, estima-se que entre 90% e 100% dos bebedores pesados crônicos desenvolvam alguma forma de doença hepática e,  até 40% desses casos podem evoluir para cirrose. A cirrose pode ser fatal, e o único tratamento em casos graves é o transplante de fígado.

2. Problemas cardíacos

O álcool em grandes quantidades também afeta o coração. Estudos mostram que o consumo crônico pode levar a problemas como:

  • Hipertensão arterial: o aumento da pressão sobre os vasos sanguíneos.
  • Cardiomiopatia alcoólica: uma condição em que o músculo cardíaco enfraquece, levando a insuficiência cardíaca.
  • Arritmias: batimentos cardíacos irregulares, que aumentam o risco de AVC.

3. Riscos para o cérebro

De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), o álcool age como depressor do sistema nervoso central, afetando o cérebro e dificultando o raciocínio e o comportamento. O consumo excessivo também causa insônia e má qualidade do sono, além de comprometer o equilíbrio e a coordenação motora.

Em casos de alcoolismo prolongado, há o risco de desenvolver demência, agravada pela deficiência de vitamina B1 (tiamina), o que pode resultar em demência alcoólica, uma condição irreversível.

4. Câncer

O consumo excessivo de álcool está ligado a diversos tipos de câncer, como o de boca, esôfago, laringe, estômago, fígado, cólon, reto e mama. 

Embora nem todos os agentes causadores sejam completamente conhecidos, sabe-se que o acetaldeído – uma substância produzida durante o metabolismo do álcool – desempenha um papel cancerígeno.

O que você pode fazer para reduzir os riscos?

A chave para evitar os efeitos negativos do álcool a longo prazo é o consumo moderado. Se você costuma beber com frequência, reduzir a ingestão e fazer check-ups regulares para monitorar a saúde do fígado e coração são passos importantes. Mas, se o controle ficar difícil, buscar ajuda profissional é essencial.

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