Cigarro eletrônico: como funciona e quais são os reais danos ao organismo
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Você provavelmente já viu alguém usando cigarro eletrônico — aqueles dispositivos que soltam vapor e parecem inofensivos à primeira vista.
Mas será que eles são mesmo menos perigosos que os cigarros tradicionais?
Neste post, a gente te explica como funciona o cigarro eletrônico, quais são os danos reais ao organismo e por que esse tema tem preocupado tanto profissionais da saúde. Continue lendo para saber mais.
O que é e como funciona o cigarro eletrônico?
O cigarro eletrônico, também conhecido como vape ou pod, é um dispositivo que funciona com uma bateria e aquece um líquido para criar um aerossol (frequentemente confundido com “vapor”) que é inalado pelo usuário. Esse líquido, chamado de e-líquido ou juice, geralmente contém:
- Nicotina (substância viciante também presente nos cigarros tradicionais)
- Aromatizantes e sabores diversos
- Propilenoglicol e glicerina vegetal (usados para gerar a fumaça)
- Outras substâncias químicas
Na prática, a pessoa aspira uma mistura que pode conter dezenas de compostos — muitos deles tóxicos. E o pior: o cheiro adocicado e os sabores “diferentões” passam a falsa ideia de que o uso é seguro, leve ou até divertido.
Por que o uso preocupa tanto?
O uso dos cigarros eletrônicos cresceu 600% em apenas seis anos, segundo pesquisa do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), divulgada pela Rádio Brasil.
Em 2024, o Ministério da Saúde apontou que 2,6% dos adultos brasileiros usam esses dispositivos — o maior patamar desde 2019.
Estamos falando de cerca de 4 milhões de pessoas, com maior adesão entre jovens de 18 a 24 anos. A pesquisa foi divulgada no portal O Globo.
Esse crescimento acende um alerta, especialmente porque:
- Os vapes não são inofensivos: mesmo sem fumaça, eles liberam nicotina, propilenoglicol, formaldeído e metais pesados.
- Há risco de dependência: a nicotina presente nos líquidos causa vício e, em jovens, pode prejudicar o desenvolvimento cerebral.
- Problemas respiratórios são comuns: estudos indicam aumento de casos de bronquite, asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Mas afinal, quais são os riscos reais à saúde?
De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o tabagismo — incluindo o eletrônico — causa 477 mortes por dia no Brasil, somando cerca de 174 mil óbitos evitáveis por ano. Além das doenças respiratórias, estão ligadas ao uso:
- Câncer (pulmão, boca, garganta, entre outros)
- Infarto e outras doenças cardiovasculares
- AVC
- Diabetes tipo 2
Além disso, o fumo passivo (quando alguém inala a fumaça sem ser fumante) também mata: são cerca de 20 mil mortes por ano relacionadas à exposição indireta à fumaça.
Esses impactos também trazem reflexos para o bolso de todos: R$ 153,5 bilhões por ano é o custo estimado das doenças causadas pelo tabaco no Brasil, segundo o Inca.
Em contraste, a arrecadação de impostos do setor foi de apenas R$ 8 bilhões em 2022 — ou seja, menos de 6% do que é gasto com os danos causados.
Cigarro eletrônico é proibido no Brasil?
Sim. Em 2024, a Anvisa atualizou a resolução (RDC), que proíbe a comercialização, produção, importação, armazenamento, transporte e propaganda de cigarros eletrônicos no país. Essa medida reforça a decisão de 2009, ampliando as restrições inclusive para o uso em ambientes fechados.
Pela nova resolução da Anvisa, é proibido:
- Comercializar
- Importar
- Produzir
- Armazenar
- Transportar
- Fazer propaganda
- Usar em ambientes fechados coletivos
Além disso, o governo vem intensificando campanhas nas redes sociais e escolas, com foco no público jovem, para conscientizar sobre os riscos do cigarro eletrônico.
E o que podemos fazer?
A informação é sempre o primeiro passo. Por isso, é tão importante discutir esse assunto com clareza e responsabilidade. Se você ou alguém próximo está usando cigarros eletrônicos, vale refletir:
- Os riscos à saúde são reais — e aumentam com o tempo.
- A dependência pode surgir mesmo entre quem nunca fumou antes.
- O marketing desses produtos muitas vezes esconde os perigos com embalagens coloridas e sabores “atraentes”.
Se você quer parar de fumar ou ajudar alguém a fazer isso, saiba que existem caminhos. Há programas públicos de apoio e iniciativas como a da própria Casa Despertar, que busca promover saúde e bem-estar de forma acolhedora.
Está difícil parar sozinho? A Casa Despertar pode te ajudar
Se você está sentindo que perdeu o controle com o cigarro eletrônico ou conhece alguém passando por isso, saiba que você não está sozinho(a). A dependência pode acontecer de forma silenciosa, mas com o apoio certo, é possível retomar as rédeas da sua vida.
Na Casa Despertar, oferecemos acompanhamento especializado, escuta acolhedora e um espaço seguro para que você possa dar o primeiro passo rumo à mudança.
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