Outubro Rosa: descubra a relação entre o câncer de mama e o abuso de álcool

por Tauama de Moraes
CRP 11 - 07100

Nós costumamos ligar câncer a má alimentação, sedentarismo ou o consumo frequente de cigarro porque sempre ouvimos falar disso, seja nos programas de TV, embalagens de cigarro ou propagandas do Ministério da Saúde, mas raramente paramos para pensar no álcool. Embora não se fale muito no assunto, o álcool é sim um fator de risco e nós vamos explicar essa relação dos dois aqui.

Câncer de mama

O INCA – Instituto Nacional do Câncer, estimou 66.280 novos casos de câncer de mama para cada ano, para três anos seguidos, 2020, 2021 e 2022, correspondendo a 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.

O câncer de mama é o segundo câncer mais frequente em mulheres no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma, sendo o segundo tipo mais incidente no mundo.

Desde 1997, a campanha Outubro Rosa começou a ser fomentada nos Estados Unidos e hoje o mundo todo abraça esse período para conscientizar as pessoas a respeito da importância da prevenção do câncer de mama.

Fatores de risco para o câncer de mama

Assim como outros tipos, também é causado por alterações genéticas. O câncer de mama pode ter como risco diversos fatores, como obesidade, tabagismo, terapia de reposição hormonal e alcoolismo.

Além disso, costuma ser mais frequente em mulheres que menstruam cedo, mas que sofrem de menopausa tardia. O câncer de mama também é hereditário, ou seja, pode ser herdado dos pais.

Associação do consumo de álcool com o câncer

O álcool já foi associado a vários tipos de câncer, por exemplo, laringe, esôfago e cavidade oral como sendo um fator de risco. O risco tende a aumentar de acordo com as características do consumo, como quantidade, mesmo não havendo um limite estabelecido para tal.

Em relação ao câncer de mama, pesquisas abordaram a ligação entre álcool e a doença, pelos últimos vinte anos. Uma pesquisa feita na França, em 2000, atribuiu 9,4% dos casos diagnosticados ao consumo de álcool.

Dois anos depois, 2002, na Europa, 7,7% dos canceres de mama diagnosticados foram atribuídos ao consumo de álcool, em 28.300 casos analisados.

Mulheres, que consumiam de 5 a 14g de álcool, manifestaram o aumento de 30% de risco de contrair o câncer de mama.

Diversos outros estudos foram feitos durante todos esses anos e em 2007 foi concluído que o consumo diário de 18g de álcool aumenta significativamente a possibilidade de desenvolver câncer de mama. Estudos mais recentes, realizados no Reino Unido e Estados Unidos, fortaleceram a hipótese de que o consumo de álcool, mesmo que moderado, é um fator de risco significativo para desenvolver a doença.

Uma análise combinada com 53 diferentes estudos epidemiológicos, concluiu que para cada 10g a mais de consumo diário de álcool, há um aumento de 7,1% de risco de desenvolver o câncer de mama. Isso quer dizer que quanto mais o consumo, mais possibilidade de desenvolver a doença, ou seja, mulheres alcoolistas possuem grandes chances de serem diagnosticadas.

Por que o álcool aumenta os riscos de câncer?

Nós sempre temos a percepção de que álcool desinfeta e que, quando não relacionado a dependência alcoólica, pode até fazer bem a saúde. Então, em que momento o álcool se torna vilão?

Não existe uma causa totalmente conhecida para o álcool ser um ativo para aumento de risco do desenvolvimento de câncer, mas existem diversas formas diferentes disso acontecer.

Veja quais são:

Nosso fígado metaboliza o álcool e uma enzima converte em acetaldeído, que é tóxico para o organismo e pode danificar proteínas e o DNA, mesmo que em pequenas quantidades.

O álcool gera moléculas quimicamente reativas que contem oxigênio, que possuem o poder de alterar o DNA, lipídios e proteínas através da oxidação.

O consumo de álcool impede o organismo de absorver e quebrar nutrientes importantes, que podem se relacionar com o câncer, por exemplo, Vitamina A, C, D e E.

Também pode aumentar os níveis de estrogênio no sangue, hormônio associado a doença.

Além disso, durante o processo de produção e fermentação das bebidas pode haver diversos contaminantes cancerígenos inseridos, como hidrocarboneto, nitrosaminas, fibras de amianto, e fenóis.

Como prevenir o câncer de mama

A prevenção do câncer de mama abrange ações que ajudam na redução de riscos de desenvolver a doença. 

A prevenção para esse tipo de câncer é igual a qualquer outro câncer, como:

  • Não fumar;
  • Manter uma alimentação saudável, evitando carnes processadas;
  • Evitar sobrepeso, mantendo peso corporal adequado;
  • Fazer atividade física e;
  • Evitar o consumo de álcool. Caso seja dependente, tratar quanto antes numa clínica de confiança, como a Casa Despertar é o ideal.

Examinar a mama

A mamografia, exame feito para diagnosticar o câncer de mama, possui indicação do INCA para começar a ser feito anualmente a partir dos 50 anos, mas todas as mulheres podem fazer o exame a partir dos 40.

Quem deve fazer mamografia antes dos 50?

Mulheres com histórico de parentes de primeiro grau diagnosticados antes dos 50 anos com o câncer, devem manter um acompanhamento a partir dos 35 anos, fazendo autoexame e demais exames que podem ajudar a diagnosticar.

  • Mulheres que menstruaram cedo, engravidaram pela primeira vez depois dos 30 anos ou não tiveram filhos.
  • Outros exames podem ser feitos antes da mamografia para verificar alterações nas mamas e depois o médico pode indicá-la para confirmar o motivo da alteração.
  • Já o autoexame é recomendado para todas as mulheres maiores de 20 anos, onde o ideal é fazer sete dias depois de começar a menstruação.

Agora você já sabe tudo sobre a relação entre o álcool e o câncer de mama. 

Conhece alguém que já passou por esse problema? Deixe sua história nos comentários.

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