A pandemia do coronavírus para dependentes químicos é ainda mais perigosa

por Tauama de Moraes
CRP 11 - 07100

Ainda existem muitas dúvidas a respeito da doença, porém, hoje nós vamos explicar por que coronavírus para dependentes químicos pode ser ainda mais perigoso. Entenda melhor aqui.

Covid-19

O mundo inteiro está buscando formas de enfrentar a crise causada pelo coronavírus. Para entender melhor, vamos falar um pouco sobre ele.  

Coronavírus é uma família de vírus com a capacidade de causar infecções respiratórias, apesar de terem sido registrados desde 1937, foi no ano de 1965 que levou o nome de coronavírus, por causa da sua aparência, no perfil microscópio, que possui pontas coronárias.

A descoberta do novo Covid-19

O novo Covid-19 foi descoberto em dezembro de 2019, após casos registrados em Wuhan, na China. Apesar de muitas pessoas se infectaram com outros tipos de coronavírus ao longo da vida, este foi um novo tipo registrado, por isso, ainda não se tem muitas informações e é necessário ter cuidado até que a humanidade tenha dados suficientes a respeito dele.

Portanto, ainda não temos um tratamento definido ou uma vacina para prevenção.

Como ele age no organismo

Transmissão

O Covid-19 é transmitido por contato com gotículas infectadas em regiões como boca, olhos, nariz e ouvidos. Para isso basta que alguém molhe a mão com a tosse, por exemplo, e depois toque alguma superfície, depois disso, quem toca na mesma superfície corre o risco de adquirir a infecção. Além disso, é possível ter contato com essas gotículas pelo ar, principalmente em ambientes fechados.

Depois de infectado

Ele age silenciosamente por alguns dias. Por conta da proteína S, o coronavírus consegue entrar na célula se conectando com suas coronárias, e, depois disso, faz uma espécie de “parceria” com a proteína N, que faz com que nosso sistema não perceba a invasão do vírus de imediato. Agora nosso organismo está sendo enganado enquanto o vírus toma conta das células.

Multiplicação

O coronavírus é um retrovírus, isso quer dizer que seu RNA possibilita que ele faça mutações genéticas nele mesmo.

Enquanto nosso corpo não percebe, o vírus se multiplica invisivelmente, nem mesmo nossos anticorpos agem, porque não veem o que está acontecendo. Cada vírus completo tem a capacidade de criar até 100 mil cópias.

O caminho do vírus

Como ele é, principalmente, um vírus respiratório, ele se prende primeiro as células da garganta ou da mucosa do fundo do nariz, então age infectado a garganta inicialmente.

Depois de ter suas cópias prontas, eles destroem a célula que usaram para copiar e começam a infectar as outras células.

Nesse momento, nosso corpo percebe que há algo errado e então começa o processo de resposta inflamatória, buscando combater o Covid-19 como faz com os outros vírus, mas também bactérias. É nessa hora que pode surgir o nariz entupido e a dor de garganta.

Continua infectando o corpo

Quando sai da garganta, segue infectando as demais células, passando pelas vias aéreas que levam aos pulmões, os tubos brônquios, então causa inflamação na mucosa dos brônquios, por isso pode causar tosse.

Nesse momento, a resposta inflamatória do nosso corpo aumenta, pois nosso organismo ainda luta para combater o vírus, então os sintomas da gripe aparece. O apetite também diminui e começamos a nos sentir mal.

Letalidade do Coronavírus

Até aqui, o corpo ainda passa por sintomas leves, que, segundo a OMS 80% dos infectados só chegam até esse nível de infecção. No entanto, 14% passam para os sintomas severos, que incluem falta de ar e dificuldade em respirar. 6% são registrados como graves, sofrendo insuficiência pulmonar, falência de órgãos, choque séptico e risco de morte.

A partir do momento que os vírus saem dos tubos brônquios e chegam aos pulmões a situação piora, pois pode causar pneumonia, que é a inflamação do pulmão.

Quanto mais o pulmão for infectado mais difícil de respirar, pois não consegue aspirar o ar ruim e inalar o bom. Nesse momento, o infectado precisa urgentemente se dirigir ao hospital, pois só conseguirá respirar com a ajuda de aparelhos.

O que piora a situação

Depois que o pulmão é infectado, começa uma guerra em nosso organismo. Isso acontece porque não é só a infecção que é ruim, pois até a forma do nosso corpo combater o vírus passa a ser mais agressiva.

Nosso corpo começa a produzir substâncias químicas extremamente agressivas para evitar que o vírus sequestre mais células, mas acaba aumentando a inflamação nos pulmões (pneumonia).

Congestionando os pulmões

Agora o vírus cria congestão nos alvéolos, pequenos sacos de ar, que ficam na base dos pulmões, responsáveis por fazer a troca de ar, que faz com que o oxigênio chegue ao sangue e, consequentemente, para o resto do corpo.

Com a infecção e a resposta do corpo a ela, começa a incapacidade de ar e oxigênio. Quando isso acontece, tem o nome de insuficiência respiratória, e quando nosso corpo não recebe oxigênio suficiente na corrente sanguínea, não pode funcionar normalmente.

Isso pode levar a diversas complicações, incluindo a morte. 

Por que algumas pessoas correm mais perigo com o vírus?

Existe o chamado grupo de risco, onde se encaixam pessoas com doenças crônicas, que não possuem capacidade suficiente do organismo para ter uma boa resposta aos efeitos do vírus, ou seja, não conseguem responder tão bem quanto uma pessoa saudável.

Além disso, no caso da hipertensão, quando o corpo produz substâncias para se defender do vírus, essas podem deixar o coração mais fraco, afetar o músculo cardíaco e até causar inflamação no coração, caso esteja sobrecarregado.

Dependentes químicos no grupo de risco

Com a exposição a drogas nocivas ao organismo, como substâncias do cigarro, maconha e crack, a capacidade pulmonar já é prejudicada, favorecendo o surgimento de doenças no pulmão, como bronquite crônica e enfisema pulmonar.  Como o pulmão do dependente já está debilitado, ele corre mais riscos de desenvolver casos graves de Covid-19.

Além do hábito de fumar substâncias, o consumo de opioides também podem afetar a saúde respiratória.

Ademais, as pessoas com algum distúrbio de uso de substâncias possuem maior probabilidade de enfrentar a falta de moradia ou isolamento do que as pessoas comuns.

Por isso, existe um grande desafio no enfrentamento do Coronavírus em relação a transmissão para pessoas com histórico de consumo de substâncias químicas.

Os principais problemas do consumo de substâncias químicas com o enfrentamento do coronavírus são:

Pessoas com distúrbios relacionados a substâncias químicas, comumente, estão em situação de rua;

A situação de rua agrava a possibilidade de higienização, medida indicada para evitar a infecção;

Para conseguir alimento ou dinheiro precisam do contato com outras pessoas, dando mais possibilidade de infecção.

Também existe menos possibilidades de se preocuparem com o isolamento social, visto que, normalmente, consomem as substâncias em grupo ou dividem itens utilizados para o consumo, como cachimbo, latas etc., o que causa o contato com gotículas nas áreas de fácil infecção (boca, nariz, olhos).

Dificuldade de assistência à saúde, por causa da estigmatização que pessoas dependentes sofrem na sociedade, enfrentando mais barreiras ao tratamento;

Por várias razões, incluindo sociais, fisiológicas e ambientais, é necessário ficar atento e buscar ajuda para pessoas que estão nesse tipo de situação.

A ordem de isolamento social pode fazer com que aumente o consumo de substâncias químicas?

Situações catastróficas tem o histórico de aumentar o consumo do uso de drogas como álcool, fumo e aumento de número de recaídas. Isso acontece porque os dependentes costumam lidar com situações de estresse consumindo as substâncias.

Outro problema é que em isolamento a pessoa corre o risco de sofrer uma overdose e não ter ajuda no momento.

Como a família pode ajudar?

Se o seu familiar dependente químico está em casa, tente conversar com ele e explicar bem a situação. Tente fazer com que ele permaneça em casa conversando.

Se o seu filho está em situação de rua, o melhor é tentar reencontrá-lo e acolhê-lo. Também é importante explicar tudo que está acontecendo e tentar controlar em casa.

O que fazer se parecer difícil

Além disso, caso você perceba que ele não vai conseguir fazer isso sozinho, você pode optar pela internação voluntária, conversando com ele e o convencendo a se internar para ajudar a controlar a abstinência e a permanência em um local seguro.

Caso a situação esteja em um nível complicado, em que o dependente não compreende o quanto o isolamento é importante e assim esteja colocando a vida dele e de outras pessoas em risco, o melhor a fazer é optar pela internação involuntária, prevista pela Lei 10.2016, normatizada por Decreto Presidencial.

Aqui você pode saber mais como funciona cada uma.

Neste momento o mais importante é nos mantermos calmos, seguindo as instruções da OMS e cuidando das pessoas que amamos.

Quer saber mais sobre internação? Fale com a gente.

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